POLÍCIA TRÁFICO

Operação policial contra grupo ligado ao tráfico de drogas é desencadeada em cinco cidades da região oeste

Ação está relacionada ao homicídio e tentativa de homicídio contra policial civil, em Marechal Cândido Rondon, e prisão em Toledo dos suspeitos de cometerem o crime.

19/06/2024 às 09h43 Atualizada em 25/06/2024 às 10h34
Por: Redação Vale Verde Fonte: AEN
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PCPR
PCPR

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio de outras forças policiais cumprem, nesta quarta-feira (19), 92 mandados judiciais contra uma organização criminosa responsável por distribuir drogas do Paraná para Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Entre os mandados estão 11 de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos. Além disso, foram solicitados à Justiça 37 bloqueios de valores em contas bancárias e 17 medidas cautelares sobre automóveis. Os indivíduos são suspeitos de organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico.

A ação conta com mais de 180 policiais e acontece simultaneamente em dez municípios de cinco estados: Toledo, Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Pato Bragado, Capitão Leônidas Marques e Capanema, no Paraná; Balneário Camboriú, em Santa Catarina; Ribeirão das Neves, em Minas Gerais; e nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro.

Além da PCPR e do Gaeco, a operação conta com o apoio das polícias civis do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e do Gaeco de Santa Catarina.

Como um dos alvos tem naturalidade paraguaia e pode estar naquele país, também participam da operação a Polícia Federal atuante em Assunção no Paraguai e o Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF) de Foz do Iguaçu.

Na primeira fase da operação, deflagrada em agosto de 2023, foram presas 15 pessoas, apreendidas 11 armas de fogo e sequestrados aproximadamente R$ 25 milhões em bens móveis, imóveis e dinheiro.

INVESTIGAÇÃO

A investigação iniciou-se em março de 2023, com a apreensão de cerca de duas toneladas de maconha em um fundo falso de caminhão frigorífico. Após a ação, foi identificado o local onde a droga seria armazenada e, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, a PCPR localizou um segundo caminhão frigorífico com fundo falso, grande quantidade de munição de fuzil e um bunker, sob um chiqueiro de porcos, onde o entorpecente era armazenado.

A investigação da PCPR apontou que a distribuição do entorpecente era feita por meio de caminhões frigoríficos, escolhidos pela dificuldade de fiscalização destes, já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto. A PCPR apurou que os indivíduos mascaravam os valores oriundos do comércio dos entorpecentes por meio da aquisição de bens móveis, imóveis e ouro.

Entre os investigados, um policial civil do Estado de São Paulo, suspenso na primeira fase, agora teve sua prisão preventiva decretada.

Em Marechal Cândido Rondon, dois dos investigados foram alvos de diversos disparos de arma de fogo, no último dia 29 de maio, resultando na morte de um deles e em ferimentos graves no outro, que é o policial civil de São Paulo, afastado do cargo. Os autores, também investigados, foram presos logo após o homicídio. As prisões aconteceram na última quarta-feira (12), em Toledo, e, de acordo com a Polícia Civil, o crime foi motivado por desacerto entre os membros da organização, que foi parcialmente esfacelada com a prisão de seu líder, em agosto de 2023.

Um dos alvos dessa operação é um jornalista do Rio de Janeiro, suspeito de ser o responsável pela contabilidade e gerência das contas bancárias.

Conforme apurado, os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos.

Em quatro anos, a organização movimentou mais de R$ 100 milhões por meio de dinheiro em espécie e transações bancárias feitas em contas de “laranjas” e “testas de ferro”, muitas delas empresas de fachada, criadas apenas para movimentar o dinheiro oriundo da atividade criminosa.

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